Saulo Pereira Nunes, acusado de matar o pastor evangélico Mackson da Silva Costa, morto a facadas e que teve o corpo enterrado em Paço do Lumiar, situado na Região Metropolitana de São Luís, foi absolvido em julgamento realizado na noite dessa terça-feira (30). O caso aconteceu em 2019.

Para João Ricardo Batista, advogado de Saulo Pereira, o resultado do julgamento só mostrou que tudo foi baseado no processo e que em nenhum momento ele teve a intenção de matar o pastor. “Tudo que foi sustentado tá baseado no processo. Nada do que foi dito tem a ver com a impressão pessoal da defesa e nós também lamentamos o resultado morte que vitimou o senhor Mackson, mas o conselho de sentença pela sua maioria de votos entendeu por sua inocência, inclusive, como dito antes pela defesa foi aguardado por meio dos laudos periciais que ele não teve a intenção de matar e que o episódio por ele sofrido foi um acidente”.

A família da vítima que esperava a condenação não se conformou com a absolvição. A mãe do pastor morto, Antônia Costa, disse que vai continuar lutando e vai buscar um resultado contrário ao que foi decidido. “Eu não posso aceitar uma injustiça dessa. Eu vou lutar até o fim, mas eu não vou aceitar essa injustiça”.

A promotora Raquel Pires de Castro disse que vai apelar da decisão. “A sociedade julgou que está vigente o direito de defesa da honra que um homem pode matar outro porque ele se envolveu com a mulher dele, sendo um envolvimento consensual, um envolvimento voluntário. Então, essa é a sociedade que a gente vive, que reconhece a legitimidade da perda de uma vida em razão da defesa da honra”.

O crime ocorreu em outubro de 2019 no bairro Maiobão, em Paço do Lumiar. Saulo Pereira Nunes era acusado de ter matado com golpe de faca o pastor evangélico Mackson Costa depois que descobriu um relacionamento extraconjugal da ex-esposa.

O júri começou por volta das 9h no Fórum de Paço do Lumiar. Pela manhã três testemunhas de acusação, uma de defesa e outra em comum foram ouvidas. Charlene Gomes Silva Nunes, mulher do acusado foi a primeira a ser ouvida. Ela falou por cerca de uma hora. Confirmou o caso com a vítima. Ao todo, oito testemunhas foram ouvidas.

O marido de Charlene, Saulo Pereira Nunes, além de ter matado o pastor evangélico também ocultou o corpo no quintal de casa, que só foi encontrado três dias depois do crime. Saulo confessou.

Para o assistente de acusação, Jonilton Lemos, a premeditação do crime foi muito clara. “A premeditação tá muito clara. Ele ia viajar com a família e de última hora resolveu não ir porque tinha marcado um encontro se passando pela vítima. Ligou para sogra perguntando onde estava a faca grande da casa. Deixou o filho na casa do sogro. Deixou o portão aberto e se escondeu atrás do carro com a faca em punho, e a cova da vítima já estava cavada no quintal. Então, a premeditação é muito clara”.

Saulo Pereira Nunes se separou de Charlene Gomes depois do crime. Ele chegou a ser preso por quase um mês e respondia em liberdade.

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