A Associação dos Delegados de Polícia do Maranhão (ADEPOL-MA), divulgou dados referente ao efetivo de delegados da polícia civil do Maranhão. De acordo com a Associação, dos 217 municípios do estado mais de 167 não têm delegados para comandar as investigações e também liderar as operações policiais, ou seja, quase 77% das cidades maranhenses não têm delegados para atender as ocorrências que surgem no dia a dia.

Em entrevista a TV Difusora, Márcio Dominici presidente da ADEPOL, informou que as medidas administrativas tomadas pelos delegados, são uma forma de protesto ao não atendimento da solicitação da categoria ao Governo do Estado. Entre elas estão reajuste salarial e a estruturação para melhores condições de trabalho. Ele afirmou ainda, que as medidas terão impacto direto na rotina da sociedade e foram decididas após Assembleia Geral da categoria. São elas:

• Recusa da coleta de presos de Justiça nas delegacias que não contam com plantão da Polícia Civil após às 18h;
• Delegados têm direito a 72 horas de folga por cada um dia trabalhado;
• 30 dias sem qualquer tipo de representação policial, salvo em casos estritamente necessários (A partir de 18 de setembro);
• Não enviar releases sobre operações à Assessoria de Imprensa da Polícia Civil;
• Não se deslocar para missões em outras cidades sem o pagamento prévio de diárias.

Com pouco mais de 1 milhão de habitantes, a capital maranhense conta com apenas 204 delegados. Os dados mostram que no interior do estado esse número é ainda menor, com apenas 193 profissionais atuando nas delegacias.

O Maranhão é o estado brasileiro que menos investiu em segurança pública em 2022, em seguida vem o estado do Piauí. Os dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. De acordo com o levantamento o gasto foi de apenas R$304,34 para cada habitante. O estado brasileiro que mais investe em segurança pública é o Amapá, com R$1.236,64 per capita.

Em nota, a Secretaria de Estado da Gestão, Patrimônio e Assistência aos Servidores (SEGEP) informou que, atualmente, levanta informações e realiza estudos técnicos das carreiras dos servidores públicos do Maranhão, inclusive da Polícia Civil, que envolvem o quadro efetivo e a reestruturação da carreira. A Secretaria observa que busca tanto garantir a equidade e valorização das carreiras, quanto respeitar os limites orçamentários e as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal.