OUSADIA EM FORMA DE DANÇA

PULSAR CIA DE DANÇA ESTREIA DOIS ESPETÁCULOS SIMULTANEMENTE.

Por Denilton Neves
Publicado em 16 de abril de 2022 às 21:09

Os amantes da dança que estavam sedentos por espetáculos ao vivo por conta da pandemia que paralisou o mundo por dois anos e assim afetando diretamente as artes poderão muito em breve respirar aliviados. A consagrada Pulsar Companhia de Dança, companhia genuinamente maranhense, volta ao palco do Teatro Artur Azevedo com força total, com dois espetáculos de uma única vez. Trata-se de “ESTRANHAMENTE COMUM “E “VIDRO”

“ESTRANHAMENTE COMUM”, do consagrado coreógrafo e professor paulista João Pirahy, começou a ser construído em 2020 antes da pandemia, e tem como inspiração o artista visual contemporâneo Marcos Reis Peixoto (Marepe) que apresenta um trabalho cheio de significados e afetividades a partir da exposição de objetos tidos como comuns em nosso dia-a-dia, porém ressignificados diante de nossos olhos. O artista plástico se vale de procedimentos recorrentes da arte contemporânea como o acúmulo e o novo significado de objetos em suas funções cotidianas. A partir deste olhar, João Pirahy se apropriou da corporeidade dos bailarinos-intérpretes para criar um verdadeiro relicário em cena. Valendo-se de objetos do cotidiano, a narrativa de “Estranhamente Comum” traz elementos da ancestralidade, a potência do corpo feminino, relações interpessoais, LGBTQIA+ e feminismo em solos, duos e células coreográficas em grupo que exploram diferentes níveis, dinâmicas e intensidades. Com uma trilha sonora composta por canções e sons que mesclam o clássico e o moderno, o ancestral e o ritualístico, o palco abre espaço para um caleidoscópio de sensações e interpretações, um verdadeiro mergulho no mundo alheio em uma busca e descoberta de infinitas possibilidades.

Já “VIDRO” do premiado professor e Bailarino maranhense Joilson Ferraz, foi totalmente concebido no período pandêmico, e traz um recorte visceral de sentimentos e sensações desse momento que todos tivemos que enfrentar. O confinamento, a reclusão, os desafios, as perdas e ressignificado de vida estão presentes na obra inquietante do jovem coreógrafo

Para conceber “VIDRO” o coreógrafo fez um profundo mergulho nas sensações internas e externas a nós impostas. Na dualidade do “Vidro”, entre resistência e fragilidade características também encontradas nos seres humanos.  “Procura-se o ferro resistente. Acha-se o vidro frágil. Encanta-se com sua dureza. Espanta-se com o ferimento provocado. Assim como esse material que se pretende à dureza e, no entanto, se quebra a qualquer tormento forte. A vida humana, por seus caminhos, se quebra, se racha, se fere. Nesses caminhos, o encontro com o que se teme: a solidão, a perda, a exclusão, a não aceitação, o abuso, a falta de amor, a dependência, o terror. “

“VIDRO” retrata a fragilidade que entorpece o humano; os cortes que fazem sangrar, mas que permitem aberturas; e a farsa da força dos corpos suscetíveis as milhões de possibilidades na aleatoriedade do caos da existência. Diante do caos, só se faz possível entregar-se a insistência da existência.  Insisto, invisto, registro, resisto, existo. Existindo, me lanço no abismo à medida que só se faz vivo, quem se lança. Quebra-se o vidro, liberta-se da morte rígida e gelada. É o que está em jogo nesta dança.

Uma marca característica da Pulsar sempre foi a ousadia e inovação, e nesse período de reclusão forçada, a companhia se reinventou mais uma vez, mergulhando em pesquisas e trabalhos on line para assim não paralisar total suas atividades.

Para Abelardo Telles, diretor geral da Pulsar, para que os projetos de “ESTRANHAMENTE COMUM” e “VIDRO” se tornassem realidade foi preciso uma força tarefa e se cercar de profissionais renomados. A exemplo do Figurinista maranhense Geodson Diniz, retornando ao estado depois de uma carreira brilhante em São Paulo, com passagens pela Europa e China, convidado para vestir a pele e alma dos bailarinos. Para concepção da luz parte fundamental para a transposição de sensações da cena para a platéia o desafio foi lançado e imediatamente aceito pela premiada iluminadora Milena Silva. A Cenografia ficou sob a responsabilidade de Fernando Saraiva e Geodson Diniz, Identidade Visual com Dante Assunção, Fotografia de Louise Mendes, Filmaker Tainan Lopes, além da força marcante e inspiradora dos bailarinos que compõem a Pulsar.

Então marque em sua agenda. Dias 07/ 05 as 20hs e 08/05 as 18hs, no Teatro Artur Azevedo.

Os ingressos já estão à venda na bilheteria do Teatro e pelo site:  https://bit.ly/37iDZcj

Informações : (98) 98806 0337

Quem sou eu

Denilton Neves

Sou acima de tudo um curioso, um pernambucano apaixonado pelo maranhão, seu povo e sua cultura, hoje me considero Marambucano. Uma pessoa que procura evitar rótulos, mente aberta e atenta aos sinais.

Graduado em Comunicação Social – Jornalismo pela Estácio São Luís , atuando no mercado da comunicação há mais de 15 anos . Apaixonado por artes, sou ator, diretor teatral e já me aventurei a escrever e dirigir alguns espetáculos Teatrais e de dança.

Já passei pela Tv cidade – Rede Record – editor chefe do programa Balanço Geral , Tv Guara – Record News – Editor chefe do programa Voz das Ruas . Atualmente na Tv Difusora estou Editor Chefe do Programa Hora D

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