Escalada de mortes no campo marcou governo Flávio Dino

A situação tem causado uma série de denúncias de órgãos e entidades a gestão do governador Flávio Dino.

Por Judson Carvalho
Publicado em 9 de fevereiro de 2022 às 08:39
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O Maranhão, segundo um relatório divulgado pela Comissão Pastoral da Terra, lidera os assassinatos no Brasil de homens e mulheres no campo. Em 2021, por exemplo, nove execuções relacionadas a conflitos agrários foram registradas no estado. A situação tem causado uma série de denúncias de órgãos e entidades a gestão do governador Flávio Dino.

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Em novembro de 2021, o até então comunista, foi alvo de duras críticas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que chamou a gestão de Dino de omissa e negligente.

“Somam-se negligências nas investigações por parte do Estado do Maranhão e instituições competentes, transformando a impunidade em verdadeiras licenças para matar”, afirmou a nota

A nota lembrou, ainda, que sob o comando de Flávio Dino o Maranhão expandiu o agronegócio e chegou a responsabilizar o governo pelo que considerou “banho de sangue” nas áreas de conflitos agrários.

“Em breve se concluirá, oito anos de um governo de esquerda que promoveu muito mais a expansão do agronegócio, do latifúndio […] portanto, mais uma vez, bradamos que parem de matar os filhos da terra, e cobramos o Governo do Estado do Maranhão por esse banho de sangue”, criticou a CNBB

A omissão da gestão de Flávio Dino foi alvo também de órgãos como a Comissão Pastoral da Terra, Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras do Estado do Maranhão, Sociedade Maranhense de Direitos Humanos e Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e do Conselho Nacional de Direitos Humanos.

Além do repúdio dessas instituições, a gestão Dino enfrenta uma série de judicialização de episódios envolvendo a liberação de áreas para a expansão do agronegócio.   

A Defensoria Pública do Estado, Defensoria Pública da União e Ministério Público Federal ajuizaram várias ações contra o Estado do Maranhão por liberar licenças ambientais, segundo a justiça, irregulares em comunidades tradicionais. 

Autorizações concedidas pelo governo de Flávio Dino (PSB), de acordo com pedidos judiciais, não ouvem indígenas e quilombolas impactados e ampliam violência e destruição no campo.

Em dezembro de 2021, Flávio Dino sofreu uma derrota envolvendo a liberação de licenças.  O juiz Douglas de Melo Martins, titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís, acatou um pedido da Defensoria Pública do Estado e determinou a suspensão de todas as licenças ambientais que não tenham sido precedidas de consulta aos povos tradicionais afetados.

Neste ano uma pessoa já foi assassinada no Maranhão em razão de conflitos agrários. No dia 08 de janeiro de 2022, o quilombola José Francisco Lopes Rodrigues (55), morreu no hospital Socorrão 2, em São Luís-MA, vítima de atentado ocorrido, cinco dias antes, na comunidade Cedro, em Arari-MA. Na ocasião, o senhor José, conhecido como Quiqui e sua neta de apenas dez anos, foram baleados por um atirador que estava escondido em sua residência.

O assassinato do quilombola José Francisco e outras nove mortes registradas em 2021 estão sendo investigadas, mas até o momento os autores das ações não foram presos.

Redação l Repórter Interativo

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